sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Managia, qui é o Sputinik

Io estava lá no bar do Pinhata, com os mios amice, e o maestro Della’Antonia disse qui ele tinha lido, em algum lugar, qui em outubro da 2007 vai fazer 50 anni da chegada do Sputnik no espaço.
As criança de oggi non se lembra, mais naquela época o mondo ficou de ponta cabeça, cuando os russo enviaro o primeiro satélite pra fora da Terra. Io fui correndo contar prum padre amice mio e ele fez o sinal da cruz, como si o Apocalipso ia começar dali a um minuto.
A gente era multo inocente naquela época. O Malatesta contou qui ele acreditava qui o Sputnik ia atropelar os santos, qui viviam lá em cima no Céu. Imagina o povero do Santo Expedito, fugindo dos foguete. Pra dizer a veritá, io também pensava qui os foguete ia tirar a tranqüilidade de Gesu e dos santo amice dele.
Nas escola, nas rua, nas loja, só se falava do maledeto do Sputnik. Naqueles tempo, em 1957, o Brasile ainda non tinha ganho nensuna Copa do Mondo de futebole. Brasília nem existia e a nostra regione do Grand ABC era um monte de chácara.
Lembro de ter comprado um brinquedo na alameda Porto Generale, em San Paolo, qui io dei pro mio filho mais vecchio, qui estava com uns 10 anni na época. Questo brinquedo representava o Sputnik. Era um negocinho de ferro, tutto colorido, com a bandeira da Rússia, qui se dava corda e o satélite, cheio dos arame, ficava virando em volta da Terra.
Por uns tempo, juro qui io pensei em virar russo. Io me sentia orgulhoso da engenhosidade daquele povo. Como era possibile, a gente comentava, mandar um foguete pra fora da Terra e comandá ele aqui debaixo? O Sputnik non falava nada lá em cima. Só fazia um barulhinho: “bip, bip, bip”. Uma maravilha!
O mio desejo de virar russo acabou uns mês mais tarde. A signora non imagina o que eles me aprontaro. Mandaro pro espaço uma cachorrinha, qui si chamava Laika. A povereta da Laika ficou virando lá em cima até morrer de fome, de sede e de falta de ar. Tutto junto, ao mesmo tempo.
Aquilo me revoltou tanto, caríssimo, qui io nunca mais quis ser russo na vita. Os mios amice comunista dicia: “É, Beppo, mais os americano, cuando jogaro as bomba nos giaponês, mataro uns milhar de cachorrinha qui nem a Laika”. Era vero. Por isso mesmo, amice mia, io me contento em ser brasiliano e viver a mia vita tranqüila aqui em São Bernardo, com multo respeito pelos animale e defendendo as árvore qui ainda resta em nostra citá.

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