sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Um pecado de pizza

Já escrevi em questa coluna como os italiano levam a sério as questão que envolve a pizza. A pizza pra eles non é uma comida qui se manja, se lambe os beiço e pronto. Non signora, lá na Itália, a pizza é uma queston quasi de segurança nationale.
As pizzaria qui trabalha direitinho dentro das norma recebe uma espécie de um selo, qui prova qui aquele estabelecimento é uma pizzaria de veritá. As pizzaria qui non tene o selo cai em uma espécie de limbo, um buraco escuro e pastoso, como deve ser o Purgatório.
Bene, pra ganhá questo selo uma das obrigação das pizzaria é abrir depois das seis hora da tarde. Se abrir antes non serve. Precisa ser mesmo depois das seis da tarde. Comer pizza antes desse horário é considerado uma espécie de pecado veniale. A gente non vai pro Inferno, mas fica ali por perto, si o signore me compreende.
Devo dire qui por causa dessas proibição qui ficaro dentro da mia testa, a coisa qui io mais queria na vita era comer uma pizza antes das seis hora da tarde. Na Itália nunca tentei fazer isso. Uma vez na Pizzaria Vesúvio, em Roma, perguntei pro garçom se eles servia pizza no almoço. O garçom me olhou como se quisesse me fuzilar com as vista dele e balançou a cabeça, assim meio desacoroçoado de tratar com gente tão ignorante como io.
Um belo dia, me liga questo grand articulista da memória do ABC, Ademiro de Médicis. Conversa vai, conversa vem, e ele me abre as porta do Céu. Ele me diz: “Beppo, a San Marco serve pizza na hora do almoço”. Foi como se um relâmpago passasse dentro do mio corpo. “Non brinca comigo, Ademiro”, io falei, achando qui era mesmo uma brincadeira de mal gosto. Mas non era.
Assi, na sexta-feira passada, em comemoracione aos dois ano da mia coluna no Diário, entramos na San Marco, cuando o sol estava a pino e os relógio marcava meio dia em ponto. Na mia companhia, estavam o Ademiro de Medicis; a maior poetisa do Brasile, Dalila Teles Veras; questo paladino da memória de SanCaetano, Gianello; e o Giuseppe Costabrava, qui vendia azeitona e cappero no mercado.
As pizza viero com o fogo queimando embaixo delas. Só o Ademiro me comeu uma margherita inteira. Mamma mia, qui fome qui tem os giornalista! A signora Dalila levantou e declamou uma poesia daquelas de furar o coração da gente. Por cima das pizza, a gente tomava chope gelado. A espuma do chope grudava no bigode do Costabrava, qui non tene uma bigode, aquilo me parece mais uma vassoura das piaçaba. O signore Marco Debbellis, digno restaurateur de nostra regione, apareceu pra dar as boas vinda pra nóis.
No meio da refeição, io disse pros meus amici qui me sentia como um bambino, qui comeu um bife mal passado na Sexta-feira Santa. Io mangiava a mia pizza, mas com aquela culpa terribile, esperando a qualquer momento qui aquele maledeto garçom do Vesúvio fosse entrar na San Marco e me fuzilar com os olho dele. Por via das dúvida, no domingo antes da missa, me confessei. Essas questão de pecato é como areia movediça, a gente nunca sabe direito onde está pisando.

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